A comunicação é uma das dificuldades que os cuidadores mais sinalizam na prestação de cuidados a pessoas com demência.
As dificuldades de comunicação são, aliás, transversais aos diferentes tipos de demência (Allan & Killick, 2008; Weirather, 2010; Moser, 2013; Collins, 2015) e podem ser o primeiro sintoma a ser notado.
Dependendo da evolução dos sintomas a maioria das pessoas com demência acaba por ter algumas das seguintes dificuldades:
:: Encontrar a palavra certa ou perder o raciocínio enquanto fala;
:: Entender o significado das palavras
:: Prestar atenção durante conversas longas.
:: Recordar os diferentes passos de actividades rotineiras (ex. cozinhar, vestir-se, …)
:: Sentir frustração quando a comunicação não é bem sucedida
:: Dificuldades em iniciar uma conversa.
As dificuldades de comunicação afectam o dia-a-dia das pessoas com demência. Aliás, alterações de comportamento como a agitação, hostilidade ou agressões físicas representam, em norma, tentativas de comunicação (Acton et al, 2007, Keady & Jones, 2010).
O primeiro passo para tornar a comunicação mais fácil implica compreender-se que estas dificuldades são causadas pela demência (NIH, 2012).
As estratégias de comunicação baseadas nas abordagens centradas na pessoa são as que se têm revelado mais eficazes. Estas estratégias envolvem conhecer a pessoa (a sua história de vida e a sua personalidade) e compreender o que influência a capacidade da pessoa comunicar.
É essencial compreender-se que a comunicação não acontece apenas através da linguagem verbal pelo que é importante estar atento à comunicação não verbal – gestos, sons, expressão facial.